segunda-feira, 24 de março de 2014

[RESENHA] A Fúria dos Reis - Geoge R. R. Martin






                                                                                    
                                                                                    
                                                                                    
                                                                                    
Titulo: A Fúria dos Reis
Titulo Original: A Clash of Kings
Autor(a): George R. R. Martin
Nº de páginas: 656
Editora: Leya



Um cometa da cor do sangue e fogo atravessa o céu. E a partir da cidade antiga de Dragonstone às margens proibidas de Winterfell, reina o caos. Seis nações lutam pelo controle de uma terra dividida e pelo Trono de Ferro dos Sete Reinos, preparando-se para o embate através de tumulto, confusão e guerra. É um conto em que irmãos conspiram contra irmão e os mortos se levantam no meio da noite. Neste lugar uma princesa se disfarça como um garoto órfão, um cavaleiro espiritual prepara um veneno para uma feiticeira traidora, e homens selvagens descem das Montanhas da Lua para devastar o campo de batalha. Com um pano de fundo incesto, alquimia e assassinato, a vitória pode chegar aos homens e mulheres possuidores do aço mais frio … e corações mais gelados. Quando há um confronto entre reis, toda a terra treme. 



É um recado que não faz muito sentido, mas se você não leu o primeiro livro, é sensato que saiba que haverão spoiler do mesmo aqui, então fica a critério de quem lê.

Nunca tem como explicar exatamente a história desses livros. São vários personagens diferentes, em vários lugares diferentes, fazendo coisas diferentes. A sinopse já dá uma ideia de como a história continua. Vou fazer um resumo pequeno, com como os personagens estão lá pelo início desse livro. Como pretendo fazer de todos, vou também dar a minha opinião, mas sem muita construção, e tentar falar dos pontos positivos e negativos.

Arya Stark, fingindo ser um garoto para se proteger após a morte do pai, Ned Stark. Sansa vivendo como prisioneira do Rei e sendo obrigada a fingir que o ama. Catelyn Stark correndo atrás de aliança para o filho, como toda mãe faria, certamente. Não que isso seja bom, porque se você espera mais Robb nesse livro: esqueça. Todo mundo que lê percebe que os Reis são apresentados através de capítulos de pessoas próximas. Robb é através dos capítulos da Cat, e Cat viaja para conseguir a aliança... Então já viu. Jon Snow do outro lado da muralha na incessante busca de seu tio, Benjen Stark. Bran segurando as pontas em Winterfell e cuidando do irmão, Rickon - sim, existe um Rickon... você que não lembra -, o que é bem preocupante já que ele é uma criança e precisa cuidar de um reino, praticamente. Theon Greyjoy chatinho e fazendo besteira como sempre. Sinto pena. Tyrion Motherfucker Lannister, sendo o meu personagem favorito e fazem jus ao cargo. Daenerys Targaryen passando uma temporada de férias em apenas uma cidade durante as 656 páginas do livro. Sor Jorah na friendzone.

Enquanto lia Guerra dos Tronos, perguntei a algumas pessoas sobre Fúria dos Reis e todo disseram que era o mais chato. Engatei nele com a ideia de que era chato mesmo. Como olho a serie, já sei, mas ou menos, como a história se desenrola, logo para quem assiste não é tão difícil passar por momentos chatos nos livros pelo fato de saber que melhora. A coisa é complicada até, pelo menos, a metade do livro. E com "complicada", quero dizer "lenta" e "maçante". Ele é basicamente política e as coisas se desenrolam lentamente. Achei até os capítulos da Dany, uma das minhas personagens favoritas, chatos. Porém, não é o terror que todos disseram.

A história continua sendo bem contada e explicada. Como eu disse, até a metade do livro é mais... parado. Da metade em diante, o livro começa a andar e rápido. Cada dia eu lia algumas 50/60 páginas, o que é muito chocante para mim, já que demoro anos para terminar apenas um capitulo. Mas a história se desenrola fácil e o leitor apenas precisa pegar o embalo. 

Eu adoro como os nomes desses livros sempre fazem jus ao livro. Fúria dos Reis explica exatamente a história em si desse livro. Joffrey, Stannis, Renly. A fúria de cada rei para com o outro, e todos com apenas um objetivo: Pegar o seu trono de direito. Ah, sem esquecer do nosso Rei do Norte, Robb Stark. 

George continua matando os personagens queridos, descrevendo as cenas com uma facilidade fascinante, criando histórias incríveis e me deixando cada vez mais ciente de que amo essa serie com todo o coração. Logo, se você empacou no inicio, continue. Melhora bastante. Eu juro. E chegar em Tormenta, o meio da parte já lançada e o queridinho da maioria, é muito bom. Ligando Rains of Castamere no rádio e me preparando para o banho de sangue. 

"Se havia fantasmas em Harrenhal, nunca a incomodara. Eram os vivos que ela temia"
"E as estrelas da noite eram os olhos de seus lobos, e o próprio vento era sua canção"
"Chegará um dia em que você vai se achar a salvo e feliz, e de repente a alegria vai se transformar em cinzas na sua boca, e saberá que a divida está paga."





































segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

[RESENHA] A Maldição do Tigre - Colleen Houck







Titulo: A Maldição do Tigre
Titulo Original: Tiger's Curse
Autor(a): Colleen Houck
Nº de páginas: 352
Editora: Intrínseca

Kelsey Hayes perdeu os pais recentemente e precisa arranjar um emprego para custear a faculdade. Contratada por um circo, ela é arrebatada pela principal atração: um lindo tigre branco. Kelsey sente uma forte conexão com o misterioso animal de olhos azuis e, tocada por sua solidão, passa a maior parte do seu tempo livre ao lado dele. O que a jovem órfã ainda não sabe é que seu tigre Ren é na verdade Alagan Dhiren Rajaram, um príncipe indiano que foi amaldiçoado por um mago há mais de 300 anos, e que ela pode ser a única pessoa capaz de ajudá-lo a quebrar esse feitiço.
Determinada a devolver a Ren sua humanidade, Kelsey embarca em uma perigosa jornada pela Índia, onde enfrenta forças sombrias, criaturas imortais e mundos místicos, tentando decifrar uma antiga profecia. Ao mesmo tempo, se apaixona perdidamente tanto pelo tigre quanto pelo homem. A maldição do tigre é o primeiro volume de uma saga fantástica e épica, que apresenta mitos hindus, lugares exóticos e personagens sedutores.


A Maldição do Tigre é o primeiro livro da Saga do Tigre, e, basicamente, conta a história da Kelsey, uma garota que quer encontrar um emprego durante o verão para conseguir dinheiro para a faculdade e acaba indo trabalhar em um circo. Nesse circo. uma das principais atrações é um tigre branco, no qual Kelsey se sente encantada. Ao perceber que o tigre é muito solitário, todas as noite ela vai até a jaula do tigre, lê para ele e dorme algumas noite lá. 
Até que Kelsey discobre que Ren, o tigre, é um principe indiano que há 300 anos foi transformado em tigre por uma maldição.

Vou tentar dividir essa resenha em pontos positivos e negativos. Vamos começar com os positivos.
Um dos mais evidentes é escrita da Colleen fluir bem fácil. Não que eu classifique isso como um ponto extremamente positivo, porque um livro não precisa ter uma escrita fácil pra ser bom, e bem longe disso, a propósito. Mas, certamente, uma escrita que flui bem ajuda - e muito - um livro a conquistar o coração de muitos leitores. Além disso, o modo como a autora explica todos os detalhes e emoções da protagonista, pelo livro ser narrado em primeira pessoa, é envolvente. Saber retratar os sentimentos de alguma das personagens é algo simples, mas que muitos autores não conseguem. Fazer com que o leitor sinta o que a protagonista está sentindo vai ser pra sempre uma das coisas que mais me conquista. Outra coisa que eu amei foi o livro tratar da cultura indiana, algo que eu raramente vejo em livros. Foi adorável sair do mundo brasileiro, inglês e americano, que é onde a maioria dos livros que eu leio se passam (tirando as distopias), e entrar intensamente no mundo indiano com suas comidas exóticas, lendas dos deuses e lugares lindos.

Sobre os pontos negativos, eu tenho apenas um que ficou batendo na minha cabeça durante o livro inteiro: Como uma autora consegue fazer uma protagonista tão irritante? Não vou aprofundar nessa questão porque vou acabar soltando algum spoiler, mas, juro, li esse livro na beira da praia e senti vontade de jogar o livro no mar porque ela conseguiu me irritar. E muito. Porém, esse não é o foco principal do livro, então, calma.

Para o primeiro livro de uma saga, adorei ele. Pode ter alguns momentos em que fica meio "parado", mas os capitulos que envolvem maior aventura são maravilhosos, muito bem explicados e envolventes. A Maldição do Tigre foi um livro que eu ganhei por acaso de aniversário (Obrigada Lucas) e me apaixonei completamente, tanto que a primeira coisa que fiz quando terminei ele foi querer A Viagem do Tigre, que é o segundo livro da saga (jura, Nádia?).

Eu recomendo esse livro demais. Não só pelas coisas que os personagens passam pra tentar quebrar a maldição de Ren, mas para entrar em novos ares e conhecer um pouco mais sobre a cultura indiana, que não é tão falada ultimamente.

domingo, 3 de novembro de 2013

[RESENHA] Perdão, Leonard Peacock - Matthew Quick







                                                                                                            
Titulo: Perdão, Leonard Peacock
Titulo Original: Forgive me, Leonard Peacock
Autor(a): Matthew Quick
Nº de páginas: 224
Editora: Intrínseca























Hoje é o aniversário de Leonard Peacock. Também é o dia em que ele saiu de casa com uma arma na mochila. Porque é hoje que ele vai matar o ex-melhor amigo e depois se suicidar com a P-38 que foi do avô, a pistola do Reich. Mas antes ele quer encontrar e se despedir das quatro pessoas mais importantes de sua vida: Walt, o vizinho obcecado por filmes de Humphrey Bogart; Baback, que estuda na mesma escola que ele e é um virtuose do violino; Lauren, a garota cristã de quem ele gosta, e Herr Silverman, o professor que está agora ensinando à turma sobre o Holocausto. Encontro após encontro, conversando com cada uma dessas pessoas, o jovem ao poucos revela seus segredos, mas o relógio não para: até o fim do dia Leonard estará morto. 
Leonard, logo no inicio do livro, deixa claro que irá se suicidar até o fim do dia. Antes disso ocorrer, ele precisa entregar quatro presentes para as quatro pessoas importantes em sua vida: Walt, seu vizinho, um senhor idoso que acolhe Leonard muitas vezes e os dois assistem filmes antigos, criando uma bela amizade entre os dois; Baback, um menino iraniano que toca violino no auditório durante o almoço enquanto Leonard assiste e, mesmo distante, Leonard cria uma amizade por ele; Lauren, uma cristã que entrega folhetos religiosos em um estação de metrô e desperta o amor de Leonard; e Herr Silverman, o professor que ensina sobre o Holocausto e é adorado por Leonard pelo fato de ser diferente dos demais e tratar todos os alunos de forma especial. Após entregar todos presentes, Leonard iria até a casa de seu ex-melhor amigo, Asher Beal, para matá-lo e, finalmente, cometer seu suicídio.
Leonard é filho de uma estilista chamada Linda, e seu pai foi um rockeiro grunge que fez shows com Nirvana e Pearl Jam, mas, após um tempo, começou a beber e a usar drogas até que abandonou ele e sua mãe. A mãe de Leonard comprou uma casa em New Jearsey onde o filho vive enquanto ela mora em um apartamento em New York, o que torna as coisas um pouco mais complicadas para o garoto por ser uma mãe nada presente, indo visitá-lo, nos máximo, em alguns fins de semana.
Praticamente li o livro todo em um dia. Achei genial o modo como o Matthew soube descrever - pelo meu ponto de vista - super bem a mente de um suicída e mostrar todos seus sentimentos e angústias, fazendo com que em certos momentos do livro, eu sentisse vontade de entrar na história só pra poder ser amiga do Leonard e ajudá-lo de qualquer forma. É de sentir pena o modo como é a vida de Leonard. O modo como a mãe não liga para as coisas que acontecem com ele, a falta do pai e e outras coisas que lhe aconteceram que são mostradas ao longo do livro.
Um livro realmente inteligente, com citações de Hamlet, Dorian Gray e vários e vários filmes de Bogart, ator favorito de Leonard e Walt. Algumas vezes os dois conversam utilizando citações e diálogos dos filmes. Achei isso incrivel, a propósito.
Em nenhum momento cheguei a achar o livro, no minimo, chatinho ou senti vontade de parar de ler e terminar outro dia. Muito pelo contrário. Comecei a lê-lo e não queria mais largar. Eu precisava saber como ele iria terminar. Se Leonar iria, realmente cometer o suicidio ou algo iria fazê-lo desistir. Senti angústia do inicio ao fim, no inicio querendo que ele moresse logo pra todo aquele sofrimento acabar, e mais para o final querendo que ele vivesse porque ele era especial e inteligente demais para morrer.
Esse livro trás a tona toda a questão das pessoas estarem se comportando todas iguais. Como diz Herr Silverman:
 “Vocês todos estão usando mais ou menos o mesmo tipo de roupa. Olhem ao redor e verão que é verdade. Agora, imagine que você é o único que não usa uma marca legal. Como isso faz você se sentir? O raio da Nike, as três listras da Adidas, o jogadorzinho de polo em cima do cavalo, a gaivota da Hollister…”
Leonard fala do modo como as pessoas aos seu redor são idiotas e ignorantes, que não sabem compreender coisas tão simples e, mentalmente e fisicamente, são todas iguais, deixando claro como admira pessoa que sejam... diferentes. E é por ser diferente, que Leonard não tem amigos. 
Tem uma escrita leve e rápida. O autor usa e abusa das notas de rodapé, até que algumas vezes as notas ocupam mais da metade da página. Todo o livro é escrito em primeira pessoa - narrado pelo Leonard, excetos as cartas ao longo do livro que também são em primeira pessoa, mas são narradas por quem escreveu - o que deixa-o carregado de emoções, fazendo com que o leitor entenda muito bem os medos e angústias do protagonista.
É um livro simples, mas que trás certos ensinamentos e, obviamente, necessitou de muito estudo e pesquisa do autor para sua construção. Quando puderem, leiam e façam amizade com Leonard Peacock e tentem, como eu, salvar sua vida.

"- Você não acha que devemos discutir as consequências da minha possível falta de ação para que eu possa decidir se fazer ou não o que você pediu é realmente do meu interesse? Gostaria de tomar uma decisão consciente. Eu quero pensar. Afinal, estamos em uma escola. Você não deveria nos encorajar a pensar? Ajude-me nesse aspecto."

"(...) A verdade não importa, e quando as pessoas fazem uma ideia terrível de você, é assim que você será visto, não importa o que faça."
"(...)
- Para não esquecer que eu ganho no fim.
- Como você sabe que vai ganhar?
- Porque eu continuo tentando."

sábado, 24 de agosto de 2013

[RESENHA] A Guerra dos Tronos - George R. R. Martin

             







Titulo: A Guerra dos Tronos
Titulo Original: A Game of Thrones
Autor(a): George R. R. Martin
Nº de páginas: 587
Editora: Leya
   



    





Quando Eddard Stark, lorde do castelo de Winterfell, aceita a prestigiada posição de Mão do Rei oferecida pelo velho amigo, o rei Robert Baratheon, não desconfia que sua vida está prestes a ruir em sucessivas tragédias. Sabe-se que Lorde Stark aceitou a proposta porque desconfia que o dono anterior do título fora envenenado pela manipuladora rainha - uma cruel mulher do clã Lannister - e sua intenção é proteger o rei. Mas ter como inimigo os Lannister pode ser fatal: a ambição dessa família pelo poder parece não ter limites e o rei corre grande perigo. Agora, sozinho na corte, Eddard percebe que não só o rei está em apuros, mas também ele e toda sua família.

No primeiro livro da serie "Cronicas de Gelo e Fogo", o honrado Eddard Stark viaja à capital, Porto Real, para tomar lugar como Mão do Rei, seu amigo Robert Baratheon. Ned desconfia que a antiga Mão, Jon Arryn, foi envenenado pela rainha Cersei, logo, sabendo dos perigos em que Robert se encontra estando entre Lannisters, aceita viajar para proteger o amigo. É basicamente isso, e não vou falar mais porque vou acabar falando algum spoiler. Então... eu sinceramente não sei exatamente o que falar sobre Guerra dos Tronos, até porque quase todos conhecem a história do livro, leram ou assistiram Game of Thrones. Me encaixo na terceira opção.
Comecei a assistir a serie e confesso que no começo achei meio chato, por isso demorei anos para passar do quarto episódio, mas quando passei eu viciei. No lançamento da terceira temporada, comecei a ler o primeiro livro e demorei mais anos para terminar, isso fica evidente no meu histórico de leitura do skoob, mas um dos motivos foi o fato de eu saber exatamente tudo que ia acontecer por causa da serie. E, nossa, eu fiquei emocionada lendo mesmo assim. 
George Martin foi o ser que eu mais amei e odiei ao mesmo tempo. Odiei pelo fato de ele te proibir de ter um personagem favorito, porque teu personagem pode morrer a qualquer momento. E quando digo a qualquer momento, é a qualquer momento mesmo. Não é como livros normais, onde o mocinho vai morrer e do nada algo completamente fora dos limites da física e do entendível faz com que ele sobreviva. Por isso eu sempre digo: quando for começar a ler, aceite que seu personagem pode morrer com 5 flechadas nas costas ou com um punhal no rim. Depende do humor de senhor-papai-noel George.
Amo ele por ele existir. É sério. A escrita dele é realmente a melhor que eu já li em toda essa longa estrada que já dura 15 anos (?). Ele transporta o leitor para o mundo de Cronicas de Gelo e Fogo. Ele consegue deixar cada personagem com uma personalidade única e fazer com que não haja mocinhos e mocinhas. Cada um fez o que fez por seus motivos que vão sendo mostrados ao longo da história, então aquela pessoa que tu odiou no primeiro livro, pode ser o teu favorito no terceiro. Isso foi para um personagem específico, mas deixo no ar.
E eu tenho quase certeza que muitas pessoas vão abandonar o livro logo no inicio. Talvez por não ser acostumado com a escrita mais "cansativa" ou achar a história meio parada no inicio, mas digo que continuem. O livro é ótimo, o autor é ótimo e preciso comentar q o físico do livro também é lindo. 
É verdade que nos últimos meses a serie e os livros estouraram de uma maneira incrível. Porém, eu apoio, então... leiam. A história é muito bem estruturada e nem um pouco previsível, deixando o leitor cada vez mais boquiaberto com os acontecimentos.
E, para terminar a resenha:

Uma mente necessita de livros da mesma forma que uma espada necessita de uma pedra de amolar se quisermos que se mantenha afiada. - Tyrion Lannister

Quando as neves caem e os ventos brancos sopram, o lobo solitário morremas a alcateia sobrevive. - Eddard Stark

Quando se joga o jogo dos tronosganha-se ou morre. - Cersei Lannister

terça-feira, 13 de agosto de 2013

[RESENHA] Espíritos de Gelo - Raphael Draccon

 







Titulo: Espíritos de Gelo
Titulo Original: Espíritos de Gelo
Autor(a): Raphael Draccon
Nº de páginas: 172
Editora: Leya


Um homem acorda acorrentado com os braços para cima em uma sala escura, com dois torturadores vestidos com detalhes masoquistas ao lado e um interrogador baixinho, vestido com roupas sociais e uma camisa surrada do Black Sabbath. Eles o informam que ele acordou em uma banheira sem um rim e sofreu um choque amnésico, que o impede de lembrar os detalhes. Assim sendo, eles partem do princípio de que outros choques traumáticos podem desbloquear essas memórias, se necessários. E se iniciam as piores partes. O livro faz referências à lenda urbana da banheira de gelo, às lendas ao redor da história do rock’n roll e até às motivações e psicologia ao redor da criação de lendas urbanas.
A sinopse já explica, basicamente, toda a história do livro. Um jovem acorda acorrentado com os braços pra cima em uma sala, com dois torturadores e um interrogador. Ele descobre que acordou em uma banheira sem um rim e que não lembra de nada por conta de um choque amnésico. Acreditando que outros "choques traumáticos" podem ajudar a lembrar de tudo que aconteceu, o homem - que não é dito o nome - começa a ser interrogado e, após cada momento que não lembra o que acontece, ele passa por um ato de tortura. Ao longo do livro, ele descreve tudo que lembra, descrevendo por cima a adolescência, como conheceu a namorada e etc.
Raphael Draccon, o mesmo autor de Dragões de Éter, conseguiu fazer algo completamente diferente da trilogia. A trilogia tem toda a história mais voltada para a fantasia, para as história infantis e para o romance, digamos - não que seja um livro infantil, entendam o que eu digo. Espíritos de Gelo é (muito) mais adulto. Cenas com violência e tortura bem explicadas, deixando evidente a dor do personagem pelo fato da história ser narrada em primeira pessoa, e cenas bem caracterizadas de sexo. E, também, com o vocabulário sujo. Bem sujo, de acordo com o que avaliei.
Vou ressaltar que, particularmente, gostei muito das torturas. achei bem... originais. Principalmente amassar um dos dedos da mão do personagem com um martelo para amaciar carne. Senti dó até depois de ter terminado o livro só pela descrição de como foi aquela tortura. Não que tenha sido extremamente bem descrita, mas pelo fato de ser o próprio homem descrevendo a sensação, é muito mais impactante. 
Gosto das ênfases do Raphael em alguns parágrafos. Ênfases do tipo:
Eles bateram ao mesmo tempo. 
Isso que foi o pior.
Ao mesmo tempo.
Acho que isso deixa o texto e até a história mais impactante até certo ponto. Dando mais emoção ao que ocorreu na cena e deixando claro o grau disso. 
Porém, todo livro tem seu lado negativo. Durante o livro, acontecem alguns monólogos que, ao meu ver, ficaram confusos. Não que isso influencie diretamente na história, porém deixa a leitura mais chata e a vontade de passar aquilo rapidamente aumenta. Aceitei pelo fato de ser parcialmente importante para o entendimento do que estava acontecendo. 
O final... Ah, o final. Ele me surpreendeu. De verdade. Não sei porque foi extremamente diferente do que eu pensei ou porque aconteceu algo surreal o suficiente pra eu ficar com um claro ponto de interrogação na testa. 
Particularmente achei o livro bom. Ele me prendeu de verdade e terminei de ler em um tempo quase recorde. Sei que ele tem 172 páginas e isso faz com que a leitura seja rápida, porém o modo fluído como Draccon monta seus textos e o jeito em que a história prende o leitor contribui muito mais que o pequeno número de páginas. 
Sinto que algumas pessoas vão odiar ele por motivos pessoais, porém ainda recomendo. É uma leitura curta, gostosa e interessante. Não vai lhe tomar um tempo gigante, então, caso não goste, apenas dê 1 estrela no skoob e a vida continua.

quinta-feira, 25 de julho de 2013

[RESENHA] Amada Imortal - Cate Tiernan



Titulo: Amada Imortal 
Titulo Original: Immortal Beloved
Autor(a): Cate Tiernan
Nº de páginas: 280
Editora: Galera Recod







Primeiro livro de bem-sucedida trilogia, mistura fantasia sobre imortais a uma história moderna de jovem em busca de si mesma e de redenção. Questões de identidade e moralidade aparecem na trama, protagonizada pela imortal Nastasya. Nascida em 1551, acostumada a beber e sair para baladas cada vez mais loucas, ela perdeu o rumo. Suas conexões com outros imortais, interessados apenas em suas habilidades mágicas, a fazem partir em busca de um propósito. E o encontra em uma espécie de clínica de reabilitação para os de sua espécie, onde conhece um pouco mais sobre o próprio passado e cria importantes laços para o futuro. 

Nastasya é uma imortal de quase 500 anos que aproveita a vida divertindo-se em festas e bebendo além da conta. Certo dia, ao se dirigir à uma festa, Nasty vê seu amigo, Innocencio, ferir um homem usando sua Magick. Um dia após, Nasty resolve ir embora e se afastar de seus atuais amigos, mudando de continente para ir atrás de algo que lhe faça feliz. 
Nasty viaja até a casa de River, uma imortal - velha, muito velha - que possui uma casa chamada River's Edge para imortais que desejam mudar e ter uma vida ao menos normal. Depois de muito tempo, Nasty decide ficar no lugar um tempo até resolver o que deseja fazer. Lá ela conhece o Deus Viking Rayn, que lhe desperta uma paixão e um desejo, despertando ciúmes em Nell, que é apaixonada por Rayn desde - sempre - muito tempo.
Durante o livro, Nasty descobre segredos de seu passado e procura saber um pouco mais sobre si mesma, e refletindo sobre o tempo que desperdiçou com pessoas erradas e em lugares errados.
Com uma escrita não muito elaborada, mas uma história interessante para amantes de romances sobrenaturais, Amada Imortal é um livro direcionado a pessoas que procuram uma leitura agradável, mas fácil. É uma história com aquela pitada de romance adolescente, o que a faça ser ignorado por muitas pessoas.
Particularmente, senti falta daquelas cenas que apresentam diálogos bem elaborados, ou uma cena de ação que deixe o leitor realmente surpreso, mas creio que a história de Nastasya e o fato de ser o primeiro volume do uma trilogia compense. Afinal, o primeiro livro de uma série geralmente é usado como uma introdução para a história, fazendo com que fique-o razoavelmente mais... chato (?).
Mas para um livro comprado em uma feira porque custava pouco e seu valor se encaixava no dinheiro que me restava, Amada Imortal me surpreendeu. Esperava uma história comum de romance como todas as outras de hoje, mas os personagens e a narração levemente engraçada e as cenas de flashback de Anastasya provaram totalmente o contrário, fazendo com que eu ficasse louca pelos próximos volumes no final.
Recomendo para quem precisa de um livro gostoso de ler e que o mantenha ocupado durando algumas horas, porque Amada Imortal prende o leitor do começo ao fim.